É sabão

domingo, 4 de abril de 2010

Um pedaço da torta.

Como se o mundo já não fosse um buraco fundo demais, as pessoas fazem questão de cavar mais fundo. Encravar a pá suja, cerrada pelo ridiculo. O mundo, com o sorriso de um palhaço, triste, deprimente. É tudo tão errado, errado demais. Curtido demais, socializado em desfarces. As faces sorridentes de quem acha que não tem nada haver com a miséria que é esse todo, fujam meus amigos. É só isso que lhes cabem. Fujam para longe, enterrem-se a beiras fantasiosas, curtam as tuas hipocresias. O mundo tem fome, o mundo é sacana. Não, não digo que todos são livres de acusações, pois tem muita mente indisposta a se redimir. Mas depois de tudo isso, de quem é a culpa? A culpa por ser tão culpado? A culpa por estar acostumado à humilhação que é isso tudo. Me digam. Quem foi que ensinou as crianças a segurarem armas? Quem foi que surtou as situações? A piração vem bem antes, antes de tudo. Algo que acabou errado, se direcionou a ser algo errado e desproporcional. Mas não, não há o que ser dito, a culpa é daqueles delinquentes, drogados nas beiras do faróis, culpa de quem não se preocupa em ser o culpado. Culpado. Então me força a sorrir e aceitar isso tudo? Não. Pode não ser a minha situação, mas faz parte da minha realidade. Faz parte da minha vista, da minha cabeça e do conceito. Sei que não tenho muito mérito para se dizer uma certeza. Mas tenho o coração e a cabeça que me seguem, me atormenta. Que se acabe esse mundo sujo.

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